"Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros." (Che Guevara)

sábado, 13 de abril de 2013

Opressivo e cinzento? Não, crescer no comunismo foi a época mais feliz de minha vida

Hungria - Diário Liberdade - [Zsuzsanna Clark, tradução do Diário Liberdade] Quando as pessoas me perguntam como era crescer atrás da Cortina de Ferro, na Hungria nos anos setenta e oitenta, a maioria espera escutar contos sobre polícia secreta, as filas nas padarias e outras declarações desagradáveis sobre a vida em um Estado de partido único.

A autora do artigo, Zsuzsanna Clark, como estudante de Ensino Primário na Hungria socialista

Eles ficam sempre desapontados quando explico que a realidade era muito diferente, e a Hungria comunista, longe de ser o inferno na terra, era, na verdade, um ótimo local para viver. Os comunistas proporcionavam a todos com trabalho garantido, boa educação e atendimento médico gratuito. 

Mas talvez o melhor de tudo fosse a sensação primordial da camaradagem, o espírito que falta em minha adotada Grã-Bretanha e, de igual forma, a cada vez que volto à Hungria atual. 

Eu nasci em uma família de classe trabalhadora em Esztergom, uma cidade no norte da Hungria, em 1968. Minha mãe, Juliana, veio do este do país, a parte mais pobre. Nascida em 1939, teve uma infância dura. Deixou a escola aos 11 anos e foi diretamente trabalhar nos campos. Ela recorda ter tido que se levantar às 4 da manhã para caminhar cinco quilômetros e comprar um pão. De menina, ela tinha tanta fome que com frequência esperavam junto à galinha até que pusesse um ovo. Então abria-o e engoliam, crua, a gema e a clara. 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A guerra aos pobres e a política de “paz” para o empresariado no Rio de Janeiro

 Por Luís Fernandes*

Só havia um caminho para que vencêssemos a letargia que dominava o estado. Eike Batista teve uma participação especial. A iniciativa privada deve participar do processo da construção da paz”, disse o governador. O empresário bancou a construção das duas unidades. A da Fazendinha custou R$ 1,67 milhão, e a da Nova Brasília, R$ 1,189 milhão. Eike não compareceu à cerimônia, mas mandou um diretor da EBX representá-lo. Cabral também agradeceu ao exército, citando o nome do ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim – que ocupava o cargo na época da ocupação da comunidade – e destacou a “firmeza incrível” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nas duas unidades da comunidade – que tem 40 mil moradores – vão trabalhar 660 agentes policiais.” ¹

Candidato a vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff (PT), o deputado Michel Temer (PMDB) disse ontem que o país é seguro para investimentos porque vive momento de “pacificação social” e segurança jurídica. Para exemplificar a teoria, afirmou que os “mais pobres” e os movimentos sociais estão “pacificados” e que a classe média não está inquieta. Temer participou ontem de almoço patrocinado pela Câmara Portuguesa de Comércio. A entidade convidou os candidatos à Presidência, mas Dilma mandou Temer, porque tinha outra agenda. “Falo de um Brasil internamente pacificado”, afirmou ele em sua apresentação. “Se os movimentos sociais não estiverem pacificados, se os setores políticos não estiverem pacificados, se os setores financeiros não estiverem pacificados, se aqueles mais pobres não estiverem pacificados, se os da classe média estiverem inquietos, isso gera uma insegurança que é prejudicial”, declarou Temer.”²

quarta-feira, 10 de abril de 2013

De Camaradas para Camaradas: sobre o 2º Acampamento Nacional de Formação da UJC

Por Kim Taiuara*


Há mais ou menos uma semana estive entre os ditos “comedores/as de criancinhas”, ateus e ateias, subversivos/as... Enfim, estive entre comunistas. Foi estranho, pois ao invés de comerem as crianças, os/as comunistas brincavam com elas, ao invés de banir os religiosos, eles e elas se confraternizavam e ao contrário da “zona” que possa parecer estar entre subversivos/as, digo que poucas vezes estive em ambientes tão organizados e em que tudo fluía perfeitamente bem quase que por natureza.

Era possível sentir a vontade sincera, por parte de todos/as, de que tudo corresse bem, como se daquilo dependesse a revolução, e talvez haja algo de verídico nessa suposição romântica, afinal de contas, a organização não foi o único ponto positivo. Posso dizer também que me surpreendi ao descobrir que esses “monstros” dançam... é isso mesmo, eles dançam! E se fosse só isso, tudo bem. Mas não, para meu espanto, descobri que além de dançar, eles cantavam e davam altas gargalhadas. Pensava eu que comunistas não dançavam, que comunistas eram seres duros e quadrados, pessoas sérias não muito dadas à diversão. Mudei de ideia!!! Posso afirmar que são pessoas alegres e até comuns, nada de medonho como nos descrevem. Mas também são diferentes, eles desejam e lutam para que todas as pessoas possam ser felizes, para que todas elas possam cantar, dançar e dar boas risadas sem ter que se preocupar com a próxima refeição do dia, com as demissões que ainda não lhe atingiram, mas parecem estar próximas; se terão lugar pra dormir e boas escolas pra seus filhos. Esses “monstros”, que lutam pela verdadeira igualdade e contra toda injustiça social, descobri que são os e as comunistas!

terça-feira, 9 de abril de 2013

Eleições do DCE da UFRPE

Nos dias 13 e 14 de março, o movimento estudantil da Universidade Federal Rural de Pernambuco, deu provas, de que chegou a hora de mudar. Após quatro anos de uma mesma gestão engessada encabeçada pela UJR (União da Juventude Rebelião), foi vencedora do pleito a chapa de oposição. Mais uma vez, foi mostrado que a necessidade da luta não se faz em contraposição ao diálogo. A chapa vencedora ao pleito, Mais Vale O Que Será, vai para sua primeira gestão no Diretório Central dos Estudantes.

O DCE não funcionava como deveria funcionar, como um elemento que unifique, organize e impulsione as lutas do ME, articulado com as lutas dos trabalhadores, questionando o modelo de poder e de universidade como consequência, propondo o poder popular que faz emanar a universidade popular. O DCE funcionava de forma engessada e distante das demandas mais simples e corporativas do ME, e não tem dinamismo para sair desse pedestal nada honroso. Com esse sentimento de não representação e a força pela mudança, foi formada a chapa de oposição Mais Vale O Que Será.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Padrão Globo de Qualidade: sorrisos que escravizam e prostituem


Brasil - [Luís Eustáquio Soares*] O príncipe Grigorij Alexandrovitch Potemkin (1739-1791) foi um marechal-de-campo russo, além de conselheiro e amante da csarina Catarina II (1729-1796). Durante boa parte de sua vida, envolveu-se com um projeto de colonização das selvagens estepes do sul da Ucrânia. Era considerado um sonhador e tornou-se conhecido como o fundador de cidades como Kherson, Nikolaev, Sebastopol.

Conta a lenda que Catarina II, em 1787, resolveu realizar uma longa viagem pela Ucrânia com o objetivo de inspecionar os povoamentos supostamente levados a cabo por seu amante, o príncipe Potemkin, embora, daí o motivo da expressão inicial, ainda que invertida, deste parágrafo, "não conta a lenda", quisesse mesmo é inspecionar o próprio Potemkin, certamente o único motivo que a levaria realizar uma viagem tão longa e demorada: o distante corpo do amante e não o corpo inóspito de longínquas terras.

Como seus projetos mirabolantes de colonização estavam ainda numa situação deplorável, o engenhoso príncipe, querendo impressionar Catarina II, mandou construir cenários de povoados, conhecidos como "aldeias de Potemkin". Considerando que Catarina II não fosse tão idiota a ponto de acreditar em tais subterfúgios (teatros de povoados ao invés de povoados de verdade), o que ocorreu de fato foi a simples constatação de que Catarina II preferiu fazer vistas grossas, fingindo que acreditava, agradando assim seu dileto amante, do que denunciar e punir implacavelmente a farsa.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Wikileaks revela gravíssima sabotagem dos EUA contra Brasil com aval de FHC


Telegramas revelam intenções de veto e ações dos EUA contra o desenvolvimento tecnológico brasileiro com interesses de diversos agentes que ocupam ou ocuparam o poder em ambos os países

wikileaks tecnologia sabotagem brasilOs telegramas da diplomacia dos EUA revelados pelo Wikileaks revelaram que a Casa Branca toma ações concretas para impedir, dificultar e sabotar o desenvolvimento tecnológico brasileiro em duas áreas estratégicas: energia nuclear e tecnologia espacial. Em ambos os casos, observa-se o papel anti-nacional da grande mídia brasileira, bem como escancara-se, também sem surpresa, a função desempenhada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, colhido em uma exuberante sintonia com os interesses estratégicos do Departamento de Estado dos EUA, ao tempo em que exibe problemática posição em relação à independência tecnológica brasileira. Segue o artigo do jornalista Beto Almeida.
O primeiro dos telegramas divulgados, datado de 2009, conta que o governo dos EUA pressionou autoridades ucranianas para emperrar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes Cyclone-4 – de fabricação ucraniana – no Centro de Lançamentos de Alcântara , no Maranhão.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

II Acampamento de Formação marca a nova fase de crescimento da UJC


O II Acampamento Nacional de Formação da UJC, realizado em Aracaju-SE, é um marco histórico para a Juventude Comunista. Essa atividade representa a passagem de uma etapa de reorganização para um processo de massificação da UJC. O Acampamento de Formação representou um momento de estudo e qualificação teórica e política da militância.
Contando com a grande receptividade e organização da UJC e do PCB em sergipe, esta atividade contou com a participação de aproximadamente 80 militantes de treze diferentes estados do país. Além desse reconhecimento da militância, contaram-se também com significativas saudações das seguintes organizações internacionais: Juventude Comunista Venezuelana, Juventude Comunista dos Povos da Espanha, Juventude Trabalhadora Socialista da Alemanha, Liga da Juventude Comunista do México e Juventude Comunista Grega (KNE), caracterizando a importância que a UJC têm hoje no contexto internacional.
Construir esse Acampamento Nacional na região nordeste tem um significado político-organizativo importante, pois, representa o crescimento e fortalecimento massivo da UJC nesta região do país, principalmente a partir de nosso VI Congresso Nacional, ocorrido no ano passado.

Plebiscito Nacional sobre a EBSERH


terça-feira, 2 de abril de 2013

“Stalin: história e crítica de uma lenda negra”. Um livro de Domenico Losurdo



Em artigo datado e 27 de outubro de 2009, Miguel Urbano Rodrigues comenta o tom ainda emocional do debate sobre o chamado "estalinismo". Não à toa, descreve em seu texto que "Vivi essa situação este ano ao publicar um desambicioso artigo – Sobre Trotsky – Do Mito à Realidade (odiario.info). Em Portugal, alguns camaradas que admiro acusaram-me de trotskista; no Brasil, onde o artigo, mais divulgado, desencadeou polêmicas, professores das Universidades de Campinas e do Rio Grande do Sul dedicaram-me trabalhos acadêmicos, definindo-me como stalinista ortodoxo."

Há meses que me sento diante do computador para escrever este artigo. Mas o projeto foi adiado dia após dia.
Quando Domenico Losurdo me ofereceu Stalin - Storia e critica de una leggenda nera*, já lera criticas sobre a obra. Mas não a imaginava.
Qualquer texto sobre pessoas que deixaram marcas profundas na história, quando escrito sem o suficiente distanciamento temporal, cria sempre grandes problemas ao autor.
Vivi essa situação este ano ao publicar um desambicioso artigo – Sobre Trotsky – Do Mito à Realidade (odiario.info). Em Portugal, alguns camaradas que admiro acusaram-me de trotskista; no Brasil, onde o artigo, mais divulgado, desencadeou polémicas, professores das Universidades de Campinas e do Rio Grande do Sul dedicaram-me trabalhos acadêmicos, definindo-me como stalinista ortodoxo.